pontapés na língua

no leão neurotico "Mas o mais milaborante é o tema ..." será q querias dizer mirabolante
Pedro Lopes dixit

Mas qual corrector automático do Word, qual quê... com revisores da categoria do Miguel Ângelo e do Pedro Lopes, eu posso estar à vontade e ir-me divertindo a bater nas teclas inconscientemente sem ver o que escrevo.
Quem já me conhece há algum tempo sabe que os meus textos são uma espécie de dois em um. Tanto dão para ler como servem de passatempo procurando os pontapés que eu dou na língua portuguesa.

Mas eu estou convicto que está aí para chegar a minha salvação: o acordo ortográfico. Depois posso sempre dizer que os erros são derivados do acordo ortográfico ou das minhas dúvidas inerentes do mesmo e não da minha ignorância ou da dislexia em 2º grau.

Aposto que deve ter sido essa a justificação para os "balores" apresentados nos documentos (que por acaso eram falsos) que iriam salvar o clube do Bessa.
Claro que o sr. Silva já se tinha afirmado um Homem do Norte (já agora, sabiam que com o novo acordo ortográfico, os pontos cardiais vão passar a escrever-se com minúscula?), carago. Por isso o documento apresentar a palavra "balor" não é um erro. É uma afirmação de personalidade.

Mas deixando a vaca fria e voltando ao acordo ortográfico. Eu acho que em Portugal se passa tempo a mais a discutir coisas que não interessam nada a nínguem, como a crise económica e as desigualdades sociais.
Devia-se falar mais da Fernanda Câncio ou do acordo ortográfico.
Sim, porque toda gente sabe que o que o povo quer é não dar pontapés na língua quando está a falar. Basta ver o fenómeno de audiências que é o “Bom Português” na RTP1. Isto apesar de eu desconfiar que se o programa se chamasse “A Portuguesa Boa” ainda tivesse mais share.

Na sua obra “Identificação de um país. Ensaio sobre as origens de Portugal”, José Mattoso conta um episódio peculiar que se passou no inicio do século XX. Encontrava-se o rei a bordo da sua embarcação ao largo da costa da Póvoa de Varzim quando resolveu vir falar com os pescadores. O problema é que não se fizeram entender. Nem o Rei percebia o que diziam os seus súbditos, nem os pescadores percebiam o que falava aquele fulano gordo e de bigode que eles não sabiam quem era.

O Fenómeno da comunicação social foi o que realmente contribui para uma uniformização da língua e dos modos de falar do português em Portugal.
E são instrumentos deste tipo que normalmente uniformizam a língua. No caso do inglês foi a King James Version da Bíblia. Afinal este livro era a cartilha porque muitos aprenderam a ler.

Mas a língua é uma entidade viva que se vai moldando e evoluindo, prender-lha em espartilhos é mata-la. Por isso a propósito do acordo ortográfico, vamos também reclamar uma variante do Português do Norte (afinal foi no Norte que nasceu o português e sempre chamamos bacas às bacas) , com tudo a que temos direito.

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