Gastar ou não gastar


Não querendo defender nenhum político em especial, até porque o principal problema da política em Portugal é o clientelismo, há no entanto que desmitificar a ideia de que a direita cria riqueza e a esquerda gasta-a. Basta ler as declarações de Pedro Santana Lopes e/ou olhar para as contas da Madeira, para se chegar à conclusão que quem gosta realmente é o Populismo, um pouco assim como os pais que não sabem dizer não aos filhos e os mimam em demasia, criando adultos fracos, sem capacidade de reagirem a contrariedades e se adaptarem a dificuldades. A crise advém mais dessa mentalidade e de uma ideia absurda de absoluto e perene crescimento. A crise veio para ficar enquanto não arregaçamos as mangas para a combater e não para a adiar arrumar noutro lado qualquer.
As pessoas têm que entender que um défice de 2% que seja significa que ganhamos 100 e gastamos 102 e só pode ser colmatado se no ano seguinte ganharmos mais que 102, ou seja se tivermos um crescimento económico superior ao défice do ano anterior. Os números que se falam no telejornal não podem ser abstractos. Têm que ser explicados às pessoas de forma que qualquer dona-de-casa entenda o que se passa. Elas sabem perfeitamente que se gastarem constantemente mais que o orçamento mensal disponível, a história não vai ter um fim bonito, a não ser que lhes saia o primeiro prémio (ou mesmo o segundo ou terceiro) do Euromilhões.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

a festa foi bonita

ASAE

sintomático